quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Francisco Barbosa, da Magliano S/A, não vê fundamentos para uma crise nos Estados Unidos

Em artigo preparado para apresentação na Apimec-MG, Barbosa disse que “espera desativação fraca, pouca expressiva, e de curta duração, como costuma acontecer”.

O analista levantou um ponto interessante. “Os EUA viveram superaquecimento entre 1995 e começo de 2002. Nesse período, o Sudeste Asiático, a Alemanha, a Rússia e o Japão estiveram em crise, a Argentina esteve péssima e o Brasil esteve mal. Não houve nenhuma contaminação desses países e região pelo boom norte-americano. No mesmo período, a China, cercada de países em crise, cresceu a taxas elevadas”.

Há outro ponto a ser levado, e muito, em consideração. De acordo com Barbosa, o setor imobiliário participa com 6% do PIB norte-americano. O setor de serviços, mais de 60%, dos quais uma parte refere-se ao setor financeiro. Por isso, conforme o analista, é difícil imaginar que 10%, ou pouco mais, possam contaminar os 90% restantes, ou pouco menos, da economia dos EUA inteira.

“É interessante que o setor imobiliário norte-americano aqueceu-se desde o começo dos anos 2000 e não concorreu para a aceleração do crescimento do país desde então, em especial no início. Por que é capaz de motivar recessão quando em crise?”, observou.

Por esses e outros fatores, Barbosa ressalta que apenas o enorme pessimismo amplamente disseminado desde meados de 2007 justificará desaceleração ou eventual recessão, em 2008. A expectativa negativa, para ele, tem o poder de influir muito na evolução da macroeconomia, pelo menos em curto prazo.

Um questionamento de Barbosa que vale a pena registrar: “Por que não imaginarmos a economia mundial, pela boa performance que vem apresentando, contaminar a economia dos EUA, e ajuda-la a evitar sua crise? Afinal, a economia mundial é tão importante quanto e a desvalorização do dólar estará atuando neste sentido”, ponderou.

Esta é uma avaliação que contrapõe o que muitos analistas vêm afirmando. É sempre bom comparar pontos de vistas. Eu, particularmente, acredito em impacto negativo sim, mas que apenas vai impedir que a economia brasileira cresça ainda mais. Isso em razão dos fundamentos da economia (há liquidez, expansão do crédito, aumento dos investimentos, geração de emprego, renda e da confiança do consumidor). Além disso, pesquisas têm apontado que a inadimplência não deu nenhum grande salto assustador. Os pontos negativos são os gastos exacerbados do governo com a própria máquina pública, taxa de câmbio e juros ainda altos – nada do que não estejamos acostumados. Infelizmente!


domingo, 27 de janeiro de 2008

Falando do Plano Verão... Quem tinha poupança em janeiro de 1989 tem dinheiro a receber!

Apesar de todas as críticas (postagem anterior), o entendimento dos tribunais até o momento é de que as pessoas que tinham poupança entre os dias 1º e 15 de janeiro de 1989, com aniversário entre 1º e 15 de fevereiro, podem reclamar uma diferença de 20,46% sobre o saldo da poupança. O prazo para entrar na Justiça e reclamar essas perdas termina em dezembro deste ano.

O primeiro passo para reaver o dinheiro é pegar os extratos bancários na instituição financeira onde se tinha conta na época. Depois, é preciso entrar com uma ação na Justiça reclamando o dinheiro.

Se os valores atualizados não ultrapassarem 20 salários mínimos (R$ 7.600), é possível ingressar com ação junto ao Juizado Especial Cível sem a ajuda de advogado. Nas ações contra a Caixa Econômica Federal (CEF), o poupador deve procurar o Juizado Especial Federal, o que pode ser feito sem advogado para causas até 60 salários mínimos (R$ 22.800).

Uma opção para quem vai entrar na Justiça por conta própria é pegar uma cópia das decisões favoráveis obtidas pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Em meio à crise inflacionária da década de 1980, o governo editou uma lei que modificava o índice de rendimento da caderneta, em 16 de janeiro de 1989. A partir dessa data, ficou definido que a remuneração seria feita pela LTF, em vez do Índice de Preços ao Consumidor. Assim, os investimentos deveriam render, até a edição da nova lei, pelo IPC. Passado esse prazo, os ganhos deveriam ser contados com base no novo indexador.

Porém, os bancos aplicaram o rendimento de todo mês com base na LTF. Ocorre que, em janeiro daquele ano, as variações foram de, respectivamente, 42,72% e 22,35%. Então, a restituição deve ser de 20,46% do valor aplicado à época. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) estima que as perdas podem somar R$ 22 bilhões.

Jornalista é demitida por criticar governo e bancos

Recebi esse vídeo referente ao comentário da jornalista da TV Cultura, Salete Lemos. Ela critica o abuso que os bancos, e o próprio governo federal, comentem contra o consumidor. O e-mail diz que, por causa dessa crítica que foi ao ar recentemente, a comentarista teria sido demitida. Cada vez mais tenho a convicção de que a censura à imprensa - seja do governo de Minas, da União e de grandes conglomerados capitalistas - priva a população de ter conhecimento sobre a real situação que atravessamos e, por isso, a impede de agir e exercer os seus próprios direitos. É a ditadura mascarada!


A crise norte-americana vai ou não vai afetar o mercado de capitais brasileiro?

Para responder essa pergunta, a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais Minas Gerais (Apimec-MG) promoverá na próxima terça-feira (29) o seminário "A Conjuntura Americana e o Contágio nas Economias Mundial e Brasileira". É uma ótima oportunidade de discutir o futuro do desempenho dos papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Para tirar dúvidas de como participar do encontro, que é gratuito, é só ligar para a Apimec-MG, no telefone 3213-0693.

Para recompor forças e iniciar uma semana que promete... fotos da praia de Itapuã (Salvador, BA). Estive lá na semana que passou!



segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O potencial das ações mais indicados para 2008

Diante do cenário de instabilidade econômica mundial, investidores se perguntam se ainda há fôlego para ganhos, como os registrados nos últimos cinco anos. A desvalorização da Bovespa já soma 10,7%. Mesmo assim, é consenso entre os analistas escutados pela Exame que ações continuam sendo ótimas opções de investimento no longo prazo. Eles frisam, apenas, que o investidor terá de ter muito mais sangue frio daqui pra frente. A revista consultou 15 corretoras, que destacaram as ações com melhores expectativas para 2008. Estão aí:


Resposta ao leitor

O Fernando perguntou se as informações encontradas na internet são suficientes para ingressar no mercado de ações ou se é melhor fazer um curso.

Respondendo... Eu acho que fazer um curso é muito bom. Se você já fez uma boa leitura e tem certeza de que entendeu o recado pule os cursos "introdução... mercado de ações ... bolsa de valores, etc". No entanto, para ter domínio é interessante fazer os de análises fundamentalista e técnica. Daí, você vai ter mais segurança para investir o seu dinheiro. Os conteúdos dos cursos oferecidos são bem parecidos e há boas instituições de ensino: PUC, CMA, XPE e Apimec. Por isso, é bom comparar os preços.

Nunca deixe de usar a internet. Além de saber como investir, é importantíssimo acompanhar o desempenho das empresas das quais você comprou ações. Aliás, não só delas. É aconselhável acompanhar setores para ver se eles não são mais promissores que aqueles em que você dedica a maior parte de sua carteira. Entre no site das empresas e procure o link "Relações
com Investidores". Lá há dados preciosos, que muitas vezes passam despercebidos.

Se você está começando agora e a grana não é muita, procure saber mais sobre os papéis do tesouro, os fundos de investimentos e CDBs de seu banco, além de clubes de investimentos em corretoras. Fique de olho não só nos rendimentos, como em taxas e impostos também. Esse é um bom começo!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quem tem, não tira. Quem não tem, não põe

Esse é o conselho dado aos investidores do mercado de ações pela maior parte dos analistas dos quais tenho escutado e lido ultimamente, diante da crise imobiliária nos Estados Unidos. Assino em baixo. É claro que ações como as da Petrobrás e Vale sempre são uma boa pedida. Mas, elas estão muito valorizadas. Então, se não comprou até agora, é melhor esperar. Acredito que não muito.

Apesar da recessão norte-americana, as expectativas são boas. Até o final de 2008, o Ibovespa deverá saltar para a marca de 81 mil pontos, um novo recorde que significará valorização de 28% em relação aos 63 mil pontos registrados no final de 2007. A conclusão é da última rodada do estudo “Para onde vai o mercado”, divulgado nesta semana pela FIRB – Financial Investor Relations Brasil. O estudo contempla o conjunto das principais projeções correntes. Baseia-se em mais de 500 relatórios de analistas de 24 instituições financeiras.

A FIRB apontou ainda que os setores que deverão contribuir de modo preponderante para a elevação do Ibovespa são: mineração, com previsão de crescimento de 28%; telecomunicações (39%); finanças e seguros (27%); petroquímico e gás (14%); energia elétrica (26%); varejo (42%); siderurgia e metalurgia (22%); holdings (45,9%); transporte (28%) e alimentos e bebidas (35%). A pesquisa também revelou que a projeção de aumento mais acentuado em termos absolutos, desconsiderado o peso na participação do índice, refere-se ao setor sucroalcooleiro – 58%.

Se está com dinheiro parado na poupança e não quer deixar de investir, uma das melhores alternativas é comprar papéis do Tesouro Direto. Para isso, basta somente ter uma conta em uma corretora de valores. A operação pode ser feita por você mesmo, pela internet. É só entrar no site http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Mudança nos valores das faixas de cobranças do IR permite ganho salarial

A nova tabela do Imposto de Renda (IR), que passou a vigorar neste mês, corrige em 4,5% as faixas de incidência do tributo. Isso proporcionará desconto menor no salário do trabalhador com registro em carteira.

A faixa de isenção foi elevada de R$ 1.313,69 para R$ 1.372,81 por mês. Já a alíquota de 15% irá incidir sobre os ganhos entre R$ 1.372,82 e R$ 2.743,25. Até dezembro de 2007, essa faixa ia de R$ 1.313.70 a R$ 2.625,12.

A maior alíquota, de 27,5%, passará a incidir sobre os salários acima de R$ 2.743,25, contra os R$ 2.625,12 anteriores.

Quem ganha R$ 2.800 (já descontada a contribuição ao INSS e a dedução por dependente), tem retido ao mês R$ 245,14. Com a nova tabela, o desconto passará a ser de R$ 221,52, o que dará um ganho de R$ 23,62 por mês ou R$ 307,06 no ano (incluindo o décimo terceiro salário).

Contudo, vale frisar, para a declaração anual do IR essa nova tabela só será válida em 2009. Para a declaração do IRPF 2008 (ano-base 2007) os limites serão os que vigoraram em 2007.

Mineiros pagam a segunda maior tarifa de energia do Brasil

Pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostrou que, no Brasil, a diferença no valor da tarifa de energia elétrica residencial chega a 76,23%. A tarifa cobrada em Minas Gerais, pela Cemig, é a segunda maior do país.

Enquanto a menor cobrança, efetuada pela Eletropaulo, chega a R$ 0,24606 KW/h, na Enersul, o valor atinge R$ 0,43364 KW/h. Isso deixa claro como a definição tarifária está completamente dissociada da realidade econômica e social das regiões. A justificativa para as altas tarifas sempre foi a dispersão dos consumidores. Tudo bem! Os gastos das companhias que atuam em áreas com essa característica realmente são maiores. Mas, também não é justo, o consumidor pagar por essa discrepância. A equalização deveria ser feita, de alguma outra forma, pela agência reguladora do setor, no caso a Aneel.

Nos últimos dez anos, a tarifa média total de energia elétrica, no Brasil, aumentou 205,29%. O valor médio do MW/h passou de R$ 82,16, em 1997, para R$ 250,83, em 2006. Na classe residencial, a alta correspondeu a 146,17%, para R$ 294,91.

O indexador usado para realizar os reajustes pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é o IGP-M da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o qual, segundo o Dieese, teve o maior aumento no período de 1997 a 2006, de 9,91%, superando o ICV-Dieese (6,95%), INPC-IBGE (6,85%) e o IPCA-IBGE (6,73%).

Veja abaixo o valor das tarifas residenciais mais caras válidas até 2008:

Concessionária

Área de atuação

Tarifa residencial (R$/KWh)

Enersul

Mato Grosso do Sul

0,43364

Cemig

Minas Gerais

0,43315

Celtins

Tocantins

0,42854

Cataguazes Leopoldina

parte de Minas Gerais

0,41928

Cemar (Interligado)

Maranhão

0,7708

Fonte: Dieese

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Você faz parte da elite brasileira?

Dinheiro traz felicidade? Pesquisa realizada pelo professor de Marketing da FGV e diretor do Instituto de Pesquisa IP2 Outsourcing, Marcelo Peruzzo, conclui que sim. Ele apurou que 91% da elite se consideram felizes e que quanto mais dinheiro, mais felicidade. “Desde que o dinheiro seja de origem ética, o desejo de acumulá-lo não deve ser visto como algo negativo. O dinheiro é a recompensa de quando você é qualificado e da habilidade de mostrar essa qualificação aos outros”, avaliou.

De acordo com Peruzzo, a elite brasileira representa apenas 6% da população brasileira (algo em torno de 11milhões de pessoas) faz parte das classes A1 e A2 (famílias com renda superior a R$ 6.563,73).

Características da elite:

- Atividade profissional: 80% dos entrevistados se consideram satisfeitos e 60% da amostra afirma ter um ótimo ou bom relacionamento com seus chefes.
- Função: 59% dizem cumprir papéis ao mesmo tempo estratégicos e operacionais, 28% consideram apenas estratégica e 13% se intitulam profissionais somente operacionais. “Quanto mais operacional é o trabalho, mais reduzidas são as chances de riqueza”, destacou Peruzzo.
- O empreendedorismo é o caminho mais curto para o sucesso: 25% pensam em ter empresa própria; 21% afirmam que terão empresa; 33% já a possuem; e outros 21% estão satisfeitos trabalhando como empregados.
- Política: Apenas 7% dela anseia ter um cargo político no futuro.
- Responsabilidade social: 90% dos integrantes da elite praticam ou já praticaram ações de responsabilidade social.
- Fé: 95% acreditam em uma força superior.
- Grau de formação acadêmica: 64% possuem especialização; 24%, graduação; 7%, mestrado; 3,5%, ensino médio; 1%, doutorado; e menos de 1%, apenas o ensino fundamental.
- Livros lidos por ano: 2 a 5 – 45%; 5 a 10 – 33%; mais de 10 – 15%; 1 – 7%.
- Empregabilidade: Apenas 7% da elite está atualmente desempregada (o percentual de desemprego no Brasil gira em torno de 8,5%).

Os dados nos quais se baseou o estudo foram coletados com 526 pessoas de todas as regiões do País, pertencentes a essas classes. A partir de entrevistas feitas pessoalmente, por telefone e por e-mail, produziu-se uma pesquisa cuja margem de erro é de 2%. Dos indivíduos que responderam ao estudo, 66% eram homens e 34%, mulheres. Todos eles foram consultados entre os dias 1º e 30 de novembro de 2007.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Fundos de ações: bom negócio para 2008

Investir em fundos de ações, sobretudo da Vale, é uma boa para 2008, segundo analistas. O rendimento não será tão vigoroso como o observado em 2007 (acima de 80%), mas deve registrar taxas de crescimento ainda muito significativas, entre 35% e 50%.

Muito boa a reportagem “O ano dos fundos de ações”, de Ângelo Pavini, do Valor Econômico. Realmente os investidores que aplicaram em fundos de ações em 2007 têm muito o que comemorar. Especialmente os de carteiras Petrobras e Vale, que ganharam mais de 80%. E, se as projeções dos analistas para o ano que vem se confirmarem, a festa deve se prolongar em 2008, não com o mesmo ímpeto, mas ainda acima da renda fixa. Por isso, a expectativa é de que o movimento de diversificação, que se consolidou ao longo do ano passado, com a sangria nos fundos de renda fixa e DI e a forte captação dos multimercados e ações, continue neste ano.

A reportagem diz que em 2007, a rentabilidade dos fundos de ações foi muito superior ao dos fundos de renda fixa. Enquanto a média das carteiras de ações (incluindo aí as de Vale e Petrobras abertas para aplicações) estava em 41,96%, os renda fixa acumulavam 11,75% e os DI, 11,38%, segundo dados do site Fortuna. DIs e renda fixa tiveram este ano uma das menores rentabilidades da história, acompanhando a queda dos juros.

Isso, segundo Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna, explica também a grande procura por fundos Vale e Petrobras, uma vez que as carteiras acabam atraindo os investidores de varejo por sua rentabilidade passada e por serem mais simples de entender. No ano, os fundos da Vale abertos para captação acumulam depósitos líquidos de R$ 5,3 bilhões e os da Petrobras, R$ 1,7 bilhão.

Para 2008, a expectativa é de que os fundos Petrobras e Vale não repitam o mesmo desempenho deste ano, apesar das projeções dos analistas seguirem otimistas. O mais provável, acredita D'Agosto, é que o investidor procure diversificar um pouco o risco. "Podemos ver gente sacando de fundos Petrobras e Vale e aplicando em fundos ativos ou nos fundos PIBB do BNDES, que reproduzem a carteira do Índice Brasil (IBrX-50)", diz.

A tendência de diversificação e aplicação em fundos de ações e multimercados pode ter uma pausa no primeiro trimestre, por conta das incertezas com o cenário externo e a turbulência do mercado local e internacional. Mas a expectativa para Petrobras e Vale continua boa. "O petróleo tende a ficar próximo dos US$ 100 o barril e o preço do minério continua pressionado, com expectativa de alta não só em 2008 como nos anos seguintes", afirma. A turbulência também favorece Petrobras e Vale pois são papéis mais líquidos, preferidos pelos estrangeiros, pois podem ser vendidos com maior facilidade.

Vale deve continuar com bom desempenho em 2008 e nos próximos anos, com demanda crescente da China e outros emergentes, diz Pedro Galdi, analista da corretora do Banco Real. "Não dá para prever 80% como neste ano, mas 35% a 50% já é um nível bom", diz. Quanto a Petrobras, Galdi se diz cético no curto prazo pelas dificuldades da empresa em atingir as metas de produção. "Mas Petrobras é Petrobras e, no longo prazo, achamos que tem mais coisas para ser anunciadas, a exemplo do campo de Tupi." Galdi trabalha com uma projeção para o Ibovespa em 2008 de 73 mil pontos. "Mas estamos revisando esse número para cima."

Mais importante que traçar metas para 2008 é esforçar-se para cumprí-las

Ano Novo, bateria de promessas. Sim! É bom traçar objetivos. Mas, mais importante ainda, é cumpri-los. Pesquisa do psicólogo britânico Richard Wiseman aponta que apenas 12% das pessoas conseguem levar adiante o que foi definido para um ano que se inicia. Entre as mudanças estão emagrecer, parar de fumar, praticar esportes, gastar menos, investir, etc.

No início do estudo, Wiseman detectou que 52% dos 3 mil participantes acreditavam que iriam cumprir as resoluções de Ano Novo. Poucos obtiveram sucesso. Para de fumar foi uma das promessas mais difíceis (24%), seguida da redução do consumo de bebidas (25%). Por outro lado, as promessas mais cumpridas pelos participantes foram aproveitar mais a vida (32%), praticar mais esportes (29%) e emagrecer (28%).

A pesquisa também mostrou que homens e mulheres devem ter comportamentos diferentes para cumprir as promessas. Os homens devem determinar metas específicas, como perder um quilo por semana ao invés de simplesmente "emagrecer".

Já para as mulheres, a sugestão foi contar as metas para amigos e parentes. O apoio deles aumenta as chances de manter as promessas. Escrever as resoluções em um papel e colocá-lo em local visível também colabora na manutenção das promessas, para ambos os sexos.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O analista financeiro do século XXI, segundo Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da CVM

O Prêmio APIMEC Minas – Mercado de Capitais, referente ao ano 2007, entregou Prêmio Especial à Roberto Teixeira da Costa, o primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). De 1977 até dezembro de 1979, Teixeira da Costa instalou, organizou e implementou a entidade responsável pela disciplina do mercado de capitais nacional. Veja parte se seu discurso, dirigido aos analistas e investidores:

“O analista financeiro do século XXI tem que ter uma formação e visão globalizante, para melhor situar suas recomendações no contexto onde aquela empresa opera. Além disso, os padrões contábeis de hoje são muito mais exigentes. A companhia será melhor apreciada se seus padrões contábeis estiverem dentro das normas do IASB – International Accounting Standards Board (IFRS) - ou GAAP – Generally Accepted Accouting Principles (FASB). Agora, a decisão da SEC de aceitar que as empresas negociadas em NYC possam adotar o sistema IFRS sem reconciliações irá favorecer a adoção do IFRS, inclusive pela decisão do BACEN e da CVM, que optaram por esse padrão contábil.

Se já não bastassem as complexidades do mundo globalizado para tornar o trabalho dos analistas bem mais desafiante, novas e justificadas preocupações vieram a se associar. Refiro-me a questões como: essa empresa relaciona-se com o meio ambiente? Como são suas relações com os seus funcionários? Como trata seus prestadores de serviços? Como atende seus consumidores? É sensível às demandas e questionamentos por eles apresentados? E seus fornecedores, como a vêem? Como planeja sua estratégia de crescimento? Está simplesmente centrada na questão dos resultados de curto prazo ou realmente olha para a frente e procura tomar decisões e estar atenta ao que vai acontecer a longo prazo? É uma empresa de comportamento ético? Tem códigos de conduta?

Há também que prestar atenção no valor oculto das empresas, tal como o valor de sua marca, capacidade de inovação, estratégia competitiva de longo prazo e, também, eventualmente, se existem passivos que não são claramente identificados.”