Em artigo preparado para apresentação na Apimec-MG, Barbosa disse que “espera desativação fraca, pouca expressiva, e de curta duração, como costuma acontecer”.
O analista levantou um ponto interessante. “Os EUA viveram superaquecimento entre 1995 e começo de 2002. Nesse período, o Sudeste Asiático, a Alemanha, a Rússia e o Japão estiveram em crise, a Argentina esteve péssima e o Brasil esteve mal. Não houve nenhuma contaminação desses países e região pelo boom norte-americano. No mesmo período, a China, cercada de países em crise, cresceu a taxas elevadas”.
Há outro ponto a ser levado, e muito, em consideração. De acordo com Barbosa, o setor imobiliário participa com 6% do PIB norte-americano. O setor de serviços, mais de 60%, dos quais uma parte refere-se ao setor financeiro. Por isso, conforme o analista, é difícil imaginar que 10%, ou pouco mais, possam contaminar os 90% restantes, ou pouco menos, da economia dos EUA inteira.
“É interessante que o setor imobiliário norte-americano aqueceu-se desde o começo dos anos 2000 e não concorreu para a aceleração do crescimento do país desde então, em especial no início. Por que é capaz de motivar recessão quando em crise?”, observou.
Por esses e outros fatores, Barbosa ressalta que apenas o enorme pessimismo amplamente disseminado desde meados de 2007 justificará desaceleração ou eventual recessão, em 2008. A expectativa negativa, para ele, tem o poder de influir muito na evolução da macroeconomia, pelo menos em curto prazo.
Um questionamento de Barbosa que vale a pena registrar: “Por que não imaginarmos a economia mundial, pela boa performance que vem apresentando, contaminar a economia dos EUA, e ajuda-la a evitar sua crise? Afinal, a economia mundial é tão importante quanto e a desvalorização do dólar estará atuando neste sentido”, ponderou.